O julgamento do caso BES/GES teve início no Juízo Central Criminal de Lisboa, com a procuradora a apresentar um resumo da extensa acusação de mais de 4.000 páginas. A magistrada afirmou que o processo pode prolongar-se por tempo significativo, lembrando que, desde 2008, houve um financiamento constante da área não financeira do GES, levando a uma ilusão de solidez financeira. Ricardo Salgado, principal arguido, é acusado de 62 crimes, incluindo corrupção e burla qualificada, e a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
A complexidade e gravidade do caso BES/GES refletem as falhas sistémicas que permitiram a gestão autocrática de Ricardo Salgado. A revelação de que a holding estava insolvente desde 2009 e que a reestruturação era ilusória levanta questões sobre a supervisão financeira e a protecção dos investidores. Este julgamento é crucial para a responsabilização dos envolvidos e para restaurar a confiança no sistema financeiro.