O presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), manifestou a necessidade do Estado doar um edifício para a criação de um centro intergeracional. Durante uma reunião pública, Moedas criticou o modelo de parcerias anteriores entre a câmara e o Governo, propondo que o Estado disponibilize imóveis para fins sociais, em vez de negociar a sua compra.
A proposta para o uso do antigo Hospital Militar de Belém gerou controvérsia, com a vereadora do PS, Inês Drummond, a afirmar que o Governo estava disponível para um protocolo, mas exigia novas negociações. Moedas, por sua vez, frisou que a câmara não deveria pagar por um espaço que considera essencial para a comunidade.
Além disso, o autarca abordou o aumento de 23% das pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal, revelando que Lisboa tem atualmente 3.378 sem-abrigo, um crescimento de 8% em relação ao ano passado. A vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, questionou sobre as medidas para combater esta realidade, solicitando um plano de alojamento de emergência.
A posição de Carlos Moedas reflete uma tensão nas relações entre a câmara e o Governo, evidenciando a urgência em encontrar soluções para problemas sociais prementes como a falta de abrigo. A insistência na doação de edifícios públicos para fins sociais é um ponto importante, mas a eficácia das negociações futuras determinará o sucesso dos projetos propostos.