Durante uma reunião pública, o executivo da Câmara Municipal de Lisboa discutiu três propostas, das quais duas foram aprovadas por unanimidade: um voto de pesar pelo falecimento de Odair Moniz e uma declaração de solidariedade com o motorista da Carris Metropolitana. Uma terceira proposta, do PSD/CDS-PP, uniu os dois temas, mas encontrou oposição do BE e abstenções de outros partidos, que criticaram a abordagem securitária do documento.
O presidente da câmara, Carlos Moedas, lamentou as duas situações, sublinhando a necessidade de moderar o debate e evitar polarizações. Em resposta, a vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, criticou a falta de uma menção ao homem que perdeu a vida nas circunstâncias violentas, defendendo uma abordagem que não criminalize os territórios vulneráveis da cidade. Também a vereadora dos Cidadãos Por Lisboa, Floresbela Pinto, expressou discordância, alertando para a necessidade de resolver problemas sistémicos e não apenas reforçar a segurança.
A reunião também incluiu votos de pesar pela morte do professor André Freire e aprovações unânimes de louvor a Vítor Ramalho e João Jaime Pires, com propostas para atribuição da Medalha de Mérito. Vários vereadores manifestaram a importância de abordar as questões sociais de forma mais abrangente, alertando para a necessidade de soluções que vão além do policiamento e da segurança.
O debate na câmara evidencia a tensão entre a necessidade de segurança e a abordagem das questões sociais. A falta de consenso sobre as propostas reflete a complexidade dos problemas em Lisboa, onde as realidades dos bairros vulneráveis não podem ser ignoradas. A busca por soluções deve ser holística, envolvendo investimento em direitos humanos e apoio às comunidades, em vez de se focar apenas na repressão e policiamento.