No maior julgamento sob a lei de segurança nacional imposta pela China, apenas dois dos 47 arguidos foram absolvidos. As penas dos restantes variam entre quatro anos e dez anos, sendo a mais severa atribuída ao jurista Benny Tai Yiu-ting. Entre os acusados, destacam-se figuras como Joshua Wong e Claudia Mo, que se declararam culpados em maio, enquanto outros 14, incluindo ex-deputados e uma jornalista, mantiveram-se inocentes.
Mais de 200 pessoas marcaram presença no tribunal, mesmo com condições climáticas adversas, demonstrando preocupação com o desfecho do processo. O ex-conselheiro distrital Lee Yue-shun, um dos absolvidos, afirmou que a percepção pública é crucial para o futuro da sociedade de Hong Kong. Este julgamento, em curso desde 2020, examina as tentativas de ativistas de paralisar o governo local através de uma maioria legislativa.
As primárias de julho de 2020 atraíram 610 mil eleitores, mas as eleições legislativas foram adiadas devido à pandemia. O governo de Hong Kong, posteriormente, alterou as leis eleitorais, limitando o voto popular e aumentando a influência de deputados pró-Pequim. A nova lei de segurança, em vigor desde março, elevou as preocupações sobre as liberdades civis na cidade, desencadeando um debate intenso sobre o futuro político de Hong Kong.
A situação em Hong Kong levanta questões sérias sobre a liberdade de expressão e o espaço para a dissidência política. A condenação de ativistas e a mudança nas leis eleitorais refletem um ambiente cada vez mais restritivo, que pode ter consequências duradouras para a sociedade. A mobilização do público em torno do julgamento é um sinal de que muitos ainda se importam com os direitos democráticos na região.