Vila Nova de Poiares iniciou uma semana dedicada à chanfana, um prato tradicional de cabra assada, que atrai milhares de visitantes. No entanto, a região enfrenta um problema de abastecimento de matéria-prima, com a escassez de cabras e pastores. O presidente da Junta de Freguesia reforça a necessidade de reativar a pastoreio, com projetos como o Capril da Serra, que visa garantir a sustentabilidade e a limpeza do território, essencial para prevenir incêndios.
Embora a procura pela chanfana tenha crescido, muitos restaurantes, como o Ferrador em Miranda do Corvo, têm de depender de fornecedores de outras regiões, devido à falta de cabras locais. Especialistas alertam para a diminuição da caprinicultura em Portugal, com uma redução significativa no número de animais nos últimos 30 anos.
Madalena Carrito, da Confraria da Chanfana, destaca a importância de incentivar a produção local, advertindo que sem medidas adequadas, a tradição da chanfana poderá estar em risco. A falta de apoio para os pastores pode comprometer ainda mais o futuro deste prato emblemático, que representa uma parte vital da cultura da região.
A preservação da chanfana vai além da gastronomia; é uma questão cultural e ambiental. Sem apoio aos pastores e à caprinicultura, corremos o risco de perder não apenas um prato tradicional, mas também práticas que garantem a sustentabilidade do nosso território. É essencial que as autoridades reconheçam a importância da pastoreio extensivo e criem políticas que incentivem a produção local.