O Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE) apresentou a análise do Índice da Igualdade de Género 2024, onde Portugal ocupa a 15.ª posição com 68,6 pontos. A análise revela preocupações sobre a violência contra as mulheres, com 13% dos homens e 14% das mulheres acreditando que uma mulher alcoolizada é parcialmente responsável por abusos. Além disso, 27% dos homens e 18% das mulheres consideram que as queixas de abusos sexuais são frequentemente exageradas.
O estudo indica que 57% dos homens e 51% das mulheres pensam que uma mulher que compartilha conteúdo íntimo é parcialmente responsável se essas imagens forem divulgadas. Em relação ao controle financeiro, 35% dos homens e 20% das mulheres veem isso como aceitável. Alarmantemente, duas em cada dez mulheres entre 18 e 74 anos relataram ter sofrido violência física ou psicológica, com 28% a sofrer consequências severas.
O EIGE destaca a vulnerabilidade de mulheres marginalizadas, como as com deficiência ou da comunidade LGBTI, que enfrentam maior discriminação e violência. No entanto, Portugal é elogiado por classificar a mutilação genital feminina como crime autónomo, destacando os avanços do país nesta área através de programas de ação. O relatório revela que, apesar dos progressos, há ainda muito trabalho a fazer para garantir a igualdade de género em Portugal.
É crucial que a sociedade portuguesa reflita sobre estes dados e trabalhe em conjunto para mudar mentalidades e comportamentos que perpetuam a desigualdade e a violência contra as mulheres. A educação e a sensibilização são fundamentais para erradicar estas crenças prejudiciais e garantir um ambiente seguro para todas as mulheres.