O Partido Democrático do Povo Chadiano (PDPT) denunciou, na noite de sábado, o desaparecimento de mais de mil boletins de voto destinados à subprefeitura de Bongor. O partido da oposição acusou o Movimento Patriótico de Salvação (MPS) e a Agência Nacional de Gestão Eleitoral (ANGE) de implementarem redes de fraude. Hoje, o Chade realiza eleições legislativas, que foram boicotadas pelos principais partidos da oposição.
Succès Masra, uma das figuras proeminentes da oposição, recomendou que a população não participasse do ato eleitoral, alegando que os resultados já estariam manipulados. Ele referiu-se às eleições presidenciais de maio, acusando o governo de ter fabricado resultados falsos. Masra também recordou episódios de violência, como os tiroteios mortais da polícia durante as eleições anteriores.
Após a morte do ex-presidente Idriss Déby, em 2021, o país viveu um período de instabilidade, com a oposição a considerar a transição militar como um golpe de Estado. As eleições, adiadas por diversas razões, são vistas como um teste crucial para a democracia no Chade, em meio a crescentes tensões regionais e influências externas, nomeadamente da Rússia e conflitos com a França.
As denúncias de fraude e o ambiente de desconfiança em torno das eleições no Chade sublinham a fragilidade do processo democrático no país. A opressão da oposição e a falta de garantias eleitorais criam um cenário preocupante, que poderá ter repercussões graves na estabilidade política e social do Chade.