O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que não há espaço para organizações terroristas na nova Síria, durante um encontro com o primeiro-ministro da região curda do Iraque, Masrur Barzani. Erdogan enfatizou que a Turquia está a trabalhar para evitar que a queda de Bashar al-Assad cause mais instabilidade na região, acusando as Unidades de Proteção do Povo (YPG) de vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado terrorista pela Turquia e seus aliados.
Erdogan reiterou a sua posição contra o terrorismo, afirmando que a Turquia está a colher os frutos da sua estratégia de combate ao terrorismo, tanto a nível nacional como internacional. O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, ameaçou lançar uma operação militar contra as forças curdas se estas não aceitarem as condições de Ancara. Fidan enfatizou que medidas necessárias seriam tomadas caso as YPG não cumprissem as exigências.
Recentes confrontos no norte da Síria resultaram na morte de mais de 100 combatentes, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. A Turquia tem conduzido ataques regulares contra os curdos na Síria e no Iraque, argumentando que estes têm ligações ao PKK. A Síria e a Turquia partilham uma extensa fronteira de mais de 900 quilómetros, o que aumenta a complexidade da situação na região.
A postura firme de Erdogan em relação às YPG e ao PKK ilustra a determinação da Turquia em manter a segurança nas suas fronteiras, mas levanta questões sobre a estabilidade da região e o futuro dos grupos curdos na Síria. A ameaça de uma operação militar pode intensificar ainda mais os conflitos, prejudicando a paz e a reconstrução da Síria após anos de guerra.