Annalena Baerbock, ministra alemã dos Negócios Estrangeiros, chegou a Damasco para se juntar ao seu homólogo francês, Jean-Noël Barrot. Esta visita, sob mandato da UE, visa sinalizar um novo começo político entre a Europa e a Síria. Baerbock destacou a importância de apoiar o povo sírio, apesar das incertezas sobre os islamistas do Hayat Tahrir al-Sham, que lideram a oposição ao regime de Bashar al-Assad.
Os dois ministros planeiam reunir-se com o novo dirigente sírio, Ahmad al-Chareh, e visitar a prisão de Saydnaya, símbolo da repressão do regime. A visita marca a primeira deslocação de altos responsáveis ocidentais às novas autoridades sírias, um sinal de que a Síria está a sair do isolamento que durou desde a repressão da revolta popular em 2011.
Desde a queda de al-Assad, vários líderes árabes e ocidentais têm visitado a Síria. A França já havia enviado emissários às novas autoridades em dezembro, enquanto a Alemanha também procura estabelecer contactos com o novo governo, que está sob vigilância cautelosa. O objetivo é promover uma transição pacífica e estável na região.
A visita dos ministros europeus a Damasco é um passo importante, mas é crucial que o apoio ao povo sírio não se traduza em concessões a regimes repressivos. O futuro da Síria deve ser construído com a participação da sua população e não apenas através de acordos políticos entre potências. A comunidade internacional deve manter um foco na defesa dos direitos humanos e na promoção de uma verdadeira democracia no país.