Os deputados socialistas rejeitaram o orçamento proposto na comissão mista paritária, conforme anunciou o porta-voz do PS, Boris Vallaud. O texto, que não satisfaz os socialistas, será discutido novamente na Assembleia Nacional na próxima semana. No entanto, Vallaud destacou algumas concessões, como a manutenção da assistência médica aos imigrantes. Já a extrema-direita, através de Jean-Philippe Tanguy, afirmou não ter conseguido concessões e que a decisão dos próximos passos caberá aos líderes do RN.
As negociações são cruciais, dado que o RN pode ser determinante caso o PS rejeite o orçamento. A pressão da França Insubmissa e de outros partidos da Nova Frente Popular pode influenciar a posição dos socialistas, que têm a chave da governabilidade. O apoio da centro-direita foi vital para o avanço do texto, que visa reduzir o défice de 5,4% do PIB.
A oposição da esquerda continua firme, com a LFI a considerar que o orçamento é inaceitável. O projeto, que já foi rejeitado no passado, será votado na Assembleia Nacional a 3 de fevereiro. Se o primeiro-ministro não conseguir uma maioria, poderá invocar um artigo da Constituição para adotar o orçamento sem votação, o que poderá levar a uma nova moção de censura, como aconteceu em dezembro com o ex-primeiro-ministro Michel Barnier.
As tensões políticas em torno do orçamento revelam um clima de instabilidade, onde as alianças e desavenças entre partidos podem moldar o futuro da governabilidade na França. A pressão da esquerda e as concessões da direita indicam um cenário complexo, onde a negociação será fundamental.