Ernesto Ottone, diretor-adjunto da Unesco, destacou a mudança de discurso dos países ocidentais sobre a restituição de bens culturais africanos. Durante uma conferência na Etiópia, ele sublinhou que a devolução de objetos vai além do aspecto comercial, possuindo um profundo significado simbólico e religioso. Com a participação de 54 países africanos, foram discutidos novos modelos de cooperação que respeitem o acesso das comunidades ao seu património cultural, essencial para a sua identidade.
Ottone reforçou que a restituição deve incluir não só objetos, mas também locais sagrados. A importância de garantir o acesso das comunidades africanas ao seu património cultural é fundamental para preservar a sua história. A mudança de narrativa poderá facilitar acordos bilaterais e multilaterais, evidenciando a necessidade de respeitar e valorizar a identidade cultural das comunidades.