Durante um seminário em Lisboa, Miguel de Barros, da ONG Tiniguena, alertou para a crescente privatização dos cuidados de saúde, que tem levado médicos a buscar o setor privado por garantias salariais. Ele enfatizou o papel crucial das ONGs na saúde da Guiné-Bissau, onde a falta de financiamento público é alarmante, atingindo apenas 12%. O sociólogo criticou o direcionamento inadequado do apoio internacional, que não prioriza as principais causas de morte no país, como a mortalidade materno-infantil e a malária.
Ahmed Zaky, do Instituto Marquês de Valle Flor, apresentou resultados positivos de intervenções em São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau, com uma redução de 63% na mortalidade infantil. Contudo, ele destacou que a sustentabilidade dessas melhorias depende do financiamento governamental. O seminário, que junta representantes de nove países da CPLP, sublinha a necessidade de um sistema de saúde robusto, apoiado por seis pilares essenciais para o desenvolvimento.