Karim Khan, chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), visitou a Síria a convite do governo de transição, reunindo-se com Ahmed Hussein al-Charaa, líder da nova administração, e o ministro dos Negócios Estrangeiros. A reunião abordou a justiça em Haia para as vítimas da guerra civil, que deixou mais de meio milhão de mortos e milhões de deslocados. Al-Charaa, antigo membro da Al-Qaida, lidera atualmente o grupo Hayat Tahrir al Sham, que derrubou o regime de Bashar al-Assad em dezembro passado.
Grupos de direitos humanos alertam para o desaparecimento de 150 mil pessoas desde 2011, muitas das quais foram mortas em prisões de Assad. Apesar do clamor por justiça, a Síria não é signatária do TPI, o que limita as investigações. A visita de Khan é um passo importante, mas a falta de jurisdição do tribunal e a resistência da Rússia e China complicam a situação. A urgência de preservar provas dos crimes de guerra é fundamental, conforme destacou Robert Petit, diretor do Mecanismo Internacional para a Síria.