Luís Filipe Barreira, bastonário da Ordem dos Enfermeiros, alertou na Comissão Parlamentar de Saúde para o aumento de óbitos fetais e neonatais em Portugal, que subiu de 312 em 2022 para 426 em 2023. Esta situação, sobretudo preocupante na região de Lisboa e Vale do Tejo, exige uma análise rigorosa e a criação de um grupo de trabalho multidisciplinar para investigar causas e propor soluções.
O bastonário defendeu também a importância de disponibilizar dados estatísticos completos para entender melhor as tendências de mortalidade. Além disso, Barreira sublinhou a necessidade de reforçar o papel dos enfermeiros especialistas em saúde materna e obstétrica, que já desempenham um papel significativo nos partos e no acompanhamento infantil.
Questionado sobre o acesso a cuidados de saúde por mulheres imigrantes, Barreira afirmou que é um problema sério que deve ser abordado. Propôs a criação de uma rede de proximidade através da figura do enfermeiro de família e defendeu a implementação de centros de parto normal, onde enfermeiros possam acompanhar gravidezes e partos, como solução para a falta de serviços de urgência.
A situação da mortalidade fetal e neonatal em Portugal requer uma resposta imediata. A valorização dos enfermeiros especialistas não só é necessária, mas pode ser uma solução eficaz para melhorar os cuidados de saúde materna e infantil. É fundamental implementar as medidas propostas para garantir um sistema de saúde mais acessível e sustentável.