Cimeira em Roma avança na proteção da biodiversidade global

A cimeira da 16.ª Conferência da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade, realizada em Roma, terminou com um progresso significativo na mobilização de recursos para a biodiversidade. O acordo prevê um financiamento de 200 mil milhões de dólares anuais até 2030, com um aumento gradual dos fluxos financeiros públicos internacionais. Este avanço inclui também a modernização de instrumentos financeiros, assegurando maior acesso aos países do Sul Global.

A COP16 reafirmou a importância do multilateralismo na luta contra a crise da biodiversidade, destacando o reforço dos mecanismos de monitorização dos objetivos estabelecidos. A inclusão formal das vozes de povos indígenas e sociedade civil na revisão do Quadro Global de Biodiversidade na COP17 em 2026 é um passo significativo. Em Portugal, a ministra do Ambiente anunciou a revisão da Estratégia Nacional da Conservação da Natureza, um passo bem-vindo, mas que deve ser ambicioso e eficaz.

A reunião em Roma foi a segunda ronda de negociações, após a primeira ter sido suspensa na Colômbia por falta de quórum. A Associação Sistema Terrestre Sustentável e a Zero destacam a necessidade de um investimento mais robusto em biodiversidade por parte do setor privado e do Estado, para garantir a eficácia das medidas acordadas e a proteção dos ecossistemas.

É fundamental que as promessas feitas na cimeira sejam acompanhadas de ações concretas. A inclusão de diversas vozes no processo de revisão é um passo na direção certa, mas a eficácia das estratégias de conservação depende do compromisso real dos países em investir na biodiversidade. Portugal tem a responsabilidade de liderar pelo exemplo, promovendo uma revisão robusta e implementando políticas que garantam a sustentabilidade dos seus ecossistemas.