Debate no Parlamento marca troca de acusações sobre vencimentos

No final do debate quinzenal, Luís Montenegro, líder do PSD, respondeu a perguntas de André Ventura, presidente do Chega, sobre o vencimento do novo secretário-geral do Governo, Carlos Costa Neves. O primeiro-ministro acusou Ventura de desonestidade intelectual, enquanto este considerou vergonhosa a intervenção do chefe do Governo. Montenegro destacou que a passagem de Hélder Rosalino para o novo cargo não geraria custos adicionais para a administração pública.

Carlos Costa Neves foi empossado após a desistência de Rosalino, que tinha um vencimento de cerca de 15.000 euros. Montenegro defendeu que, de acordo com a nova alteração legal, é justo que um funcionário público mantenha o seu salário anterior ao assumir um novo cargo. O primeiro-ministro sugeriu que o parlamento poderia rever essa exceção no caso do Banco de Portugal.

Montenegro lamentou a desistência de Rosalino, que se deveu à pressão pública, e reafirmou a necessidade de coragem para enfrentar o populismo. Durante o debate, acusou Ventura de falta de seriedade em relação ao vencimento de Costa Neves, que será de cerca de 6.000 euros. Ventura respondeu desafiando o primeiro-ministro a esclarecer a questão do salário, insistindo que a discussão não deveria ser evasiva.

O embate no parlamento revela tensões políticas em torno dos vencimentos na administração pública. A questão do salário do secretário-geral do Governo gerou debates acalorados, evidenciando a necessidade de transparência e responsabilidade na gestão pública. A pressão da opinião pública sobre as escolhas do governo parece influenciar decisões, como demonstrado pela desistência de um candidato ao cargo. Este episódio sublinha a importância de um diálogo honesto e construtivo para abordar questões sensíveis como a remuneração no setor público.