A Universidade de Évora (UÉ) divulgou um estudo coordenado pela professora Lara Guedes de Pinho, que aponta uma alarmante prevalência de problemas de saúde mental entre estudantes. Dos 2.136 inquiridos, 22,9% reportaram um diagnóstico de doença mental, com a ansiedade e a depressão a destacarem-se. A pandemia de Covid-19 parece ter exacerbado a situação, com quase 50% dos casos diagnosticados após este período.
O estudo também revela que 31,5% dos estudantes sentem dificuldades significativas no desempenho académico devido a problemas de saúde mental, sendo os mais afetados os jovens do sexo feminino e os de menor nível socioeconómico. Apesar do reconhecimento da gravidade da situação, apenas 26,4% recorre ao apoio psicológico oferecido pelas universidades.
Lara Guedes de Pinho defende a necessidade de um reforço nas medidas de prevenção e apoio à saúde mental, não só nas universidades, mas também no ensino básico e secundário. A UÉ já implementou o programa Vagar(Mente) para monitorizar e promover a saúde mental dos alunos, mas a investigadora alerta para a importância de capacitar os pares para que possam oferecer apoio inicial.
A saúde mental dos estudantes universitários deve ser uma prioridade para as instituições de ensino. É preocupante que muitos alunos ainda não procurem o apoio disponível. A promoção da saúde mental deve começar desde a infância nas escolas, criando um ambiente mais seguro e acolhedor para todos.