O relatório ‘Health at a Glance Europe’ da OCDE e CE revela que, entre 2019 e 2022, os gastos per capita em saúde na UE aumentaram 3,6% ao ano, impulsionados pela pandemia. Em 2022, Portugal ocupava o 17º lugar na tabela, com despesas de 3.533 euros por pessoa, bem abaixo dos 5.317 euros da Alemanha e 5.630 euros da Suíça. Em contrapartida, em países como a Turquia, os gastos não ultrapassaram 1.000 euros per capita.
Os pagamentos diretos em Portugal atingiram 30% das despesas totais em saúde, um dos valores mais altos da UE, refletindo a pressão sobre as famílias. O relatório indica que, apesar do aumento significativo das despesas durante a pandemia, houve um forte recuo em 2022, com a média da UE a cair para 3,7% e estimativas para 2023 apontando novas reduções.
A média de 10,4% do PIB da UE foi destinada à saúde em 2022, com a Alemanha a liderar com 12,6%. Em termos de cuidados primários, a média foi de 13%, ressaltando a importância desse setor. O relatório destaca que novas crises, como a energética, podem ter despriorizado o setor da saúde nos orçamentos governamentais.
Os dados revelam a fragilidade do sistema de saúde em Portugal e na Europa, especialmente em tempos de crise. É essencial que os governos reavaliem as prioridades e garantam que a saúde continue a ser uma prioridade fundamental, evitando que as famílias suportem a maior parte dos custos.