Os trabalhadores da higiene urbana de Lisboa estão em greve desde quarta-feira, com paralisações totais na quinta e hoje. Nuno Almeida, presidente do STML, revelou que a Câmara de Lisboa aplicou serviços mínimos em 46 dos 105 circuitos habituais, reduzindo a adesão à greve de 75% para 60%. Os sindicatos criticam os serviços mínimos considerados excessivos e aguardam uma decisão sobre uma providência cautelar apresentada ao tribunal.
Além da greve, que inclui protestos por falta de resposta da autarquia liderada por Carlos Moedas, 45,2% das viaturas de remoção estão inoperacionais e a força de trabalho está reduzida. A Câmara afirma que o acordo de 2023 está a ser cumprido, mas os trabalhadores exigem melhorias nas condições de trabalho e na manutenção das instalações.
Para mitigar os efeitos da greve, a autarquia criou uma equipa de gestão de crise e distribuiu contentores de obra para a recolha de lixo. Também foi solicitada a colaboração de municípios vizinhos. Simultaneamente, está a decorrer uma greve em Oeiras e em várias localidades do Norte, demonstrando a abrangência do descontentamento no setor.
A situação revela a fragilidade do setor da higiene urbana em Lisboa, onde trabalhadores enfrentam condições difíceis e uma gestão ineficiente. A resposta da Câmara, embora promissora, mostra-se insuficiente para lidar com a realidade da falta de recursos e a pressão constante sobre os trabalhadores. A greve é um sinal claro de que é preciso mais do que promessas para resolver os problemas estruturais que afetam a higiene urbana na capital.