Os sindicatos de professores reuniram-se hoje com o Ministério da Educação para iniciar a revisão do Estatuto da Carreira Docente. Os representantes saíram desanimados, pois as mudanças só devem ser aplicadas em 2027. Mário Nogueira, da Fenprof, criticou o longo prazo e defendeu que o novo estatuto deveria entrar em vigor no próximo ano letivo após nove meses de negociações.
O ministro Fernando Alexandre anunciou que o processo de revisão deve durar um ano e visa tornar a carreira docente mais atrativa, especialmente com a iminente reforma de mais de seis mil professores. O aumento dos salários nos primeiros escalões e a revisão da avaliação de desempenho foram destacados como prioridades.
Os sindicatos pretendem apresentar propostas e voltar a reunir-se em dezembro. Júlia Azevedo, do SIPE, enfatizou a importância de criar um estatuto que atraia novos docentes, propondo a eliminação de vagas de acesso e a redução de carga horária para os professores do pré-escolar. Além disso, foi solicitado ao Provedor de Justiça que a colocação dos docentes respeite o tempo de serviço.
Embora o processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente seja um passo necessário, o prolongado prazo para a implementação das mudanças gera descontentamento entre os professores. As promessas de aumentar salários e revisar a avaliação de desempenho são bem-vindas, mas a eficácia das negociações dependerá da agilidade do governo em atender às reivindicações dos sindicatos.