No segundo dia de debate na Assembleia da República sobre o Orçamento do Estado, Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, instou o PS a recuar na descida do IRC, citando um relatório da UTAO que indica um custo adicional de 100 milhões de euros. A pressão recaiu sobre os socialistas para que votem contra esta proposta, considerada irresponsável.
O socialista Miguel Cabrita reafirmou que este orçamento não representa o PS, mas manteve a posição de não se opor à redução do IRC. O deputado Jorge Paulo Oliveira, do PSD, criticou a falta de ambição do governo, prometendo uma redução de dois pontos percentuais ao ano.
A secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, defendeu o orçamento como um reflexo de consenso e que promove a competitividade. Paula Santos, do PCP, questionou a eficácia das políticas, apontando para os lucros da EDP e a falta de aumentos salariais.
As divergências expressas no debate revelam uma luta intensa entre os partidos sobre a política fiscal e a responsabilidade orçamental. A necessidade de um consenso que beneficie a economia está em jogo, mas as críticas sobre a falta de ambição são evidentes. A pressão sobre o PS para recuar na descida do IRC pode definir o futuro do orçamento e a reação dos eleitores a estas decisões.