Durante uma intervenção na Assembleia da República, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, suscitou polémica ao afirmar que a morte de Odair Moniz não é um caso isolado e que a violência policial afeta desproporcionalmente a população negra. As suas declarações geraram críticas da bancada do Chega e de outros partidos de direita, que consideraram a intervenção como irresponsável e incendiária.
Os líderes dos partidos de direita, como o PSD e a IL, condenaram as declarações de Figueiredo, acusando-o de alimentar a desordem e de desrespeitar as forças de segurança. A discussão polarizou ainda mais o debate, com acusações mútuas entre os partidos de esquerda e direita sobre a legitimidade da violência policial e os direitos das vítimas.
Enquanto isso, o deputado do PS, Pedro Delgado Alves, lamentou a falta de empatia nas intervenções e o PCP pediu serenidade. O deputado do Livre, Rui Tavares, apelou a uma maior integração nas políticas de acompanhamento das populações, enquanto a deputada do PAN, Inês Sousa Real, defendeu a valorização das forças de segurança, criticando discursos que não abordam as causas dos problemas.
A situação revela a crescente polarização política em torno da violência policial e a complexidade do debate sobre a segurança e os direitos humanos em Portugal. As intervenções na Assembleia evidenciam a necessidade urgente de diálogo e compreensão mútua entre as diversas forças políticas.